Tendo bebê na Índia – Parte 1

Olá, pessoal!

Como prometido, vou contar-lhes como foi participar ativamente de um parto normal na Índia.

Desde que entrei na empresa onde trabalho atualmente, este é o 4o caso de gravidez que acompanho, sendo que uma decidiu ter o bebê no Japão, a outra teve mês passado em Pune, a outra ainda está com 2 meses e ainda não sabe onde dará a luz e, a última, decidiu dar a luz aqui mesmo em Bangalore.

Para quem não sabe, a maioria das mulheres indianas de classe média para cima, preferem ter seu bebê através de uma cesárea, para evitar a dor (como se anestesia e o pós-operatório não doessem, né?). Minha cunhada, que teve um bebê em julho deste ano, também optou por este método por ter medo da tão famosa dor de parto.

Já no Japão (eu lido com expats japoneses aqui), a preferência é pelo parto normal e, a cesárea só é realizada caso haja alguma complicação na hora do parto. Outra opção bastante comum por lá, é o parto indolor, onde uma anestesia epidural é injetada na grávida, diminuindo consideravelmente as dores das contrações.

Este caso de gravidez em Bangalore eu não acompanhei desde o início, mas entrei em cena porque a grávida em questão estava bastante apreensiva (mesmo já sendo o 3o filho) e, tinha centenas de dúvidas e pedidos. E, também, porque desde os 6 meses ela começou a ter sangramento e os outros dois filhos também nasceram antes do tempo. Então, desde os 6 meses ela começou a tomar remédios para evitar que o bebê chegasse antes da hora.

Quando comecei a acompanhar o caso, ela estava com 6 meses. Há cerca de 1 mês, ela foi parar na emergência do hospital porque saiu um pouco de sangue quando foi ao banheiro. Mas, no final, descobriu-se que ela estava com constipação e que como havia feito muita força para evacuar. Logo, o sangramento ocorreu. Após este traumático episódio, ela ficou em repouso profundo.

Há duas semanas, quando estive em Bangalore, tivemos uma consulta importante com a obstetra e ela disse que o parto estaria previsto para a segunda semana de outubro. Sendo assim, vim novamente à Bangalore no dia 07 para estar a postos para qualquer imprevisto.

No sábado (dia 8), tivemos uma consulta de rotina, mas quando a doutora examinou a paciente, ela já estava com 2 a 3 cm de dilatação!!! Foi um susto para todos nós. A médica mandou-a para casa e disse que o bebê poderia vir a qualquer momento. Porém, o parto estava marcado para quarta-feira, dia 12. Se o bebê viesse antes, ótimo. Se não, ela induziria no dia 12.

Cheguei em casa e já deixei meu telefone preparado do lado da cama, caso ela me ligasse ou algo acontecesse antes do dia marcado. E, não deu outra: na madrugada de sábado para domingo, às 2 da manhã, meu telefone tocou e era o esposo da paciente, dizendo que as contrações estavam vindo a cada meia hora e que estavam indo para o hospital. Imediatamente, chamei um táxi também e me mandei para o hospital, também.

O hospital em questão (você futura mamãe na Índia deve estar curiosa…), é o Cloud 9 (Cloud nine), que é um hospital especializado em ginecologia, obstetrícia e pediatria. É um hospital super famoso aqui na Índia e tem branches em várias outras cidades como Chennai, Mumbai, Pune, Delhi, etc. É também conhecido, claro, pelo altíssimo preço (para os padrões indianos, diga-se de passagem) que cobra de suas pacientes.

Depois falo mais sobre o hospital e o custo do parto, mas vamos voltar ao assunto das contrações! (hehehe)

Chegando no hospital, começaram a checar o batimento cardíaco do bebê a frequência das contrações. Quando a obstetra de plantão apareceu e verificou a paciente, ela já estava com 9 cm de dilatação.(!!) Sendo assim, imediatamente a levaram para a sala de parto. O bebê poderia nascer a qualquer momento. (tenso!)

A pedido da paciente, eu estive com ela em todos os momentos.

E aí? Ficaram curiosos para saber como foi o momento do parto?

Não percam o próximo post!(tô parecendo o João Kleber, esticando ao máaaaximo!!)

por Banjara