Não se assustem com o título! Não tem nada a ver comigo, mas sim, com a protagonista do nosso “Contos da Índia” de hoje.
A protagonista é uma indiana com a mesma idade que eu (35), solteira, de um famoso estado do Sul da Índia, mas criada em Mumbai.
Sempre brincamos no escritório sobre o casamento dela, e que vamos tentar fazer o casamento dela com algum de nossos pacientes. Tudo sempre, no ritmo de brincadeira e piada. Porém, hoje, algo aconteceu e eu percebi que o tema casamento nunca é piada. Pelo menos, não na Índia.
Estava eu hoje, no hospital, com um de nossos clientes, em uma sessão de fisioterapia, quando o doutor, muito simpático e com um inglês perfeito, começou a falar um pouco de si, dizendo que era do sul da Índia (do mesmo estado que nossa protagonista) e que toda a sua educação havia sido feito no seu idioma materno. Depois disso, esteve na Inglaterra e na Nova Zelândia e, posteriormente, voltou para a Índia. Quando ele mencionou que era do estado TAL eu comentei que uma de nossas intérpretes era também daquele estado.
Na mesma hora, o doutor falou sorrindo: -“Ela é solteira”?
Fiquei desconcertada com a pergunta, mas não sabia se ele estava falando sério ou brincando, já que este doutor gosta muito de contar piadas.
Eu respondi que a moça era solteira sim. Mas aí, o paciente começou a gritar de dor e o assunto morreu. Porém, como sempre brinco com nossa protagonista sobre o assunto, mandei uma mensagem para ela dizendo que havia arranjado um pretendente para ela.
Mandei a mensagem em tom de piada e, ela me respondeu perguntando a idade dele.Eu falei. Depois, passei mais algumas informações sobre o rapaz como as que mencionei acima. E, eis que a próxima pergunta chega: – “Minha mãe está perguntando se ele come carne. ”
Foi nesta hora, queridos leitores,que percebi que a coisa estava ficando séria, pois já tinha virado assunto de família!! Percebi que era impossível tratar do assunto sem colocar a família ou ter a aprovação dos pais.
– “Bem, não sei se ele come carne. Isso ai, so você perguntando direto a ele” – respondi.
– Se ele comer, tudo bem, desde que não traga para casa. – completou nossa amiga.
A mãe da nossa protagonista é vegetariana radical e não come nem ovo. Também possui aversão pela profissão de pescador, pois diz que eles são assassinos. Só para vocês terem uma idéia. O possível pretendente, morou muitos anos no exterior. Portanto, é bem provável que ele coma carne e ovo, também. Afinal, convenhamos que a comida vegetariana fora da Índia é o Ó do Borogodo!
Mas, fiquei pensando na forma séria com a qual nossa protagonista encarou a minha brincadeira e, muito mais, no fato de que no fundo, ela é como a grande maioria, que sonha em casar e formar uma família. Não que isso seja significado de felicidade, mas na Índia, uma das maneiras de a mulher conseguir respeito alheio e da sociedade como um todo, é sendo casada. Ou seja: sem macho, não dá. Fiquei pensando como ela deve ser pressionada pela família para casar e quantos pretendentes a família já deve ter tentado arranjar para ela.
Quando contei para meu esposo o ocorrido, ele me disse: – “Eu sei que você falou de brincadeira, mas não brinque com isso com os indianos. Ainda mais com os do sul, porque mais dia, menos dia, eles podem aparecer aqui na porta fazendo drama, dizendo que você tinha prometido apresentar um bom partido para a filha deles e, até agora, nada.”
Como dizem por aí: “Choquei”!
E assim, a Índia sempre segue nos surpreendendo.
por Banjara
Meu Deus! Casar é importante! Não posso ir pra aí. Não seria minha intenção inicial. Quero apenas conhecer mesmo. O livro e o filme – Comer, Rezar e Amar me impressionou muito. Até porque até conhecer, namorar e vir a casar leva tempo para construir uma relação. Ahhhhh que pena!
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Sim…aqui o casamento eh uma das obrigacoes que a pessoa tem durante a vida, assim como filhos e outras. Aqui, a nocao de relacionamento e casamento eh completamente oposta ao Ocidente, mas nem por isso pior. No caso deles, funciona ate muito bem, eu diria. Um abraco!
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Ahhhhh eu quero mais sobre esse povo do sul da India hahahahah é sério!
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Pedido anotado, Marina!! Um abraco!
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não ando conseguindo comentar pelo celular, mas querooo a parte 2 deste conto kkkk q eu sei q tem, ou vai ter q ter kkkk
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OI, Claudia! Pois eh..assim que tivermos a parte 2, eu vou postar aqui!Beijos
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Juju casamenteira, haha! Tomara que esse omiai de certo! *cross fingers*
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wow as duas histórias muito legais!! A sua Ju e a do comentário!! Mas imagino pelo tanto de filmes e séreis hindus que assisto que casamento não é brincadeira… = no ocidente…aqui ainda é muitoooo diferente…pois a brincadeira ainda é assim “mora primeiro com ele daí vc sente na pele se vale a pena casar”…rs…mais a Juliana vai que vc arrumava o doutor para sua amiga…ainda arruma outra profissão por aí!…rs….beijos brasileiros!!
Namaste
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Nao que os ocidentais encarem como brincadeira, mas a visao de ambos eh completamente diferente, ne?? Um abraco.
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Eu também sempre levei esse assunto na brincadeira e ainda levo, mas meu esposo fala sério! Ainda não me acostumei a isso, um dia um amigo dele que mora fora da Índia, ligou contando que o visto estava expirando e ele precisaria retornar (para a Índia) e na mesma hora meu marido o aconselhou a se casar com uma amiga que ele tinha naquele país. Ele disse “vocês são jovens, tem a mesma idade e já está na hora de tomar um rumo na vida, trabalhar e ter família. Por que você não casa com ela?” Eu achei que só ficaria nisso….mas o casamento se realizou mesmo e na Índia!! E detalhe: ela é muçulmana paquistanesa e ele indiano (hindu). rs
bjs
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Estou passada com esta estoria, tambem, Star!!
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