Se você é fã da Índia, sonha em viajar para este extraordinário país e ainda por cima é leitor assíduo do nosso blog, não pode deixar de ler a obra Expresso para a Índia, do autor gaúcho Airton Ortiz.
Sem dúvidas, o melhor livro em português que já li sobre a Índia, não só pela impecável maneira como o autor descreve o país, mas sobretudo, pela aula de história dada através dele.
Em muitos momentos, parecia que eu havia presenciado todas aquelas cenas junto com o autor, já que as experiências e choques culturais dele são bastante parecidos com os meus.
Deixo com vocês algumas das passagens do livro, só para deixar nossos leitores bem curiosos e com vontade de ler. (que malvada, né?)
“O forte aroma de canela e cravo se misturava ao cheiro azedo amontoado nas esquinas, ao lado dos esgotos a ceu aberto e dos fogareiros cozinhando frituras com oleo de coco em frente aos pequenos restaurantes. “
“Às 5 da tarde paramos em uma pequena estação e o trem foi invadido por macacos!! Os passageiros espantaram os animais, temendo que roubassem nossos objetos pequenos.”
” “Não sei como vão fazer com elas”– disse Horst, se referindo as baratas que passeavam desajeitadamente pelo chão do trem.”
” Tudo era desesperadamente lento e as pessoas pareciam ter uma paciencia sobre-humana para sobreviver naquele caos. Perguntava-me como nao enlouqueciam, sem esfaquearem-se, sem matarem-se uns aos outros, como no Brasil.”
Em uma das melhores passagens do livro, Airton conta que parou em uma estação para comprar sorvetes e oferecer às universitarias que, de forma muito simpática, haviam-lhe oferecerido almoço. Porém, todas recusaram. Sendo assim, o senhor próximo a eles, explicou que uma pessoa de casta superior pode oferecer comida a uma pessoa de casta inferior ou sem casta, mas jamais o oposto. E, como se tratava de um estrangeiro, ele era um sem casta, a escória do mundo. Porém, sua auto-estima só não ficou mais baixa porque sobraram 4 deliciosos sorvetes para serem saboreados!! E a lição que ele tirou: –“Nunca ofereca comida a um indiano, sua besta!”
O autor viajou de norte a sul, juntamente de seu inseparável amigo de viagens, o alemão Horst. Viu de perto a pobreza (ou miséria) indianas, sofreu com as pimentas, perdeu horas negociando com os hábeis motoristas de auto-ricksaw e donos de espeluncas, foi confrontado pelos incontáveis mendigos indianos, mas acima de tudo, conseguiu ter um gosto da Índia que pouquíssimos viajantes conseguem. Meu marido mesmo, nascido e criado aqui, nunca teve coragem de andar na classe sleeper de um trem indiano. Mas Airton Ortiz o fez e, o maravilhoso resultado, você encontra ao folhear as páginas deste belo trabalho.
Fica aí a dica!
Um abraço e até a próxima!!
por Banjara
Com certeza vou ler esse!
Embarco para Índia em dezembro e já estou aqui devorando toda literatura que posso. Obrigada pela dica Ju!
Beijos & Abraços,
Leticya.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Espero que possamos nos encontrar em terras indianas. Alias, tem uma amiga nossa blogueira que esta em Mumbai neste momento. Devo encontra-la neste fim de semana. Um abraco!
CurtirCurtir
Aaah quero ler! Tenho o sonho de visitar a Índia! 😊
CurtirCurtido por 1 pessoa
Li Na pele de um intocável de Marc Boulet e agora vem você e me apresenta este outro rsrs impossível resistir 🙂
CurtirCurtido por 1 pessoa
Oi, Ivone!!Nao conhecia o “Na pele de um intocavel”. Deve ser uma leitura obrigatoria para quem gosta da India. Um abraco!!
CurtirCurtir