Quem nunca ouviu a frase ” Você é aquilo que come”? Pois é. Notei isto depois que vim morar na Índia. Sempre ouvi muitos brasileiros reclamarem que indianos, árabes, turcos, etc possuem um odor muito forte. Lembro que na década de 90 uma parente nossa viajou à Tunísia e disse que o povo lá cheirava a cebola e andava cheio de ouro pendurado. Já vi outros brasileiros reclamando que quando chegam no aeroporto em Delhi ficam impressionados com o cheiro de “curry” vindo do aeroporto.
Mas, será que isto tudo é verdade? Será que as pessoas aqui realmente cheiram diferente ou seria apenas “frescura” e “racismo” da sua parte porque eles não europeus? Aliás, vamos convenhar que eles também possuem um cheiro característico!! O qual não é nada agradável, também.
E, não pense que nós brasileiros somos o supra-sumo da boa fragrância, porque também não somos. Tudo depende do nariz de quem cheira.
Mas, falando em Índia….uma vez o comediante indo-canadense Russel Peters contou uma piada que dizia que “nós, indianos, não somos fedidos. O que acontece é que nosso perfume vence mais rápido“.
Depois de algum tempo aqui, comendo praticamente comida indiana todos os dias, eu percebi que esse efeito não é devido ao fato de ser indiano, turco, japonês, holandês ou seja lá o que for, mas àquilo que você come. Percebi como o talco que eu uso como desodorante (já que tenho alergias a desodorantes) estava vencendo muito mais rápido do que quando eu o usava no Brasil ou até mesmo no Japão. No Japão, devido à alimentação insossa, eu quase não exalava cheiro algum, mas foi só começar a comer as pimentas e todos as centenas de temperos que são colocados na comida indiana, que meu corpo mudou completamente. Acho que até minha cor mudou. No Japão, por exemplo, no verão, eu até ficava queimadinha por estar exposta ao sol, às vezes, mas em 2 meses, assim que o verão acabava, eu desbotava de vez. Aqui, não. O bronze não desaparece.
Mas, em relação ao cheiro que eu adquiri morando aqui, fiquei impressionada e decidi escrever este post.
Outra coisa que me inspirou a escrever este post foi o metrô de Mumbai. Até meu marido que é indiano reclamou no sábado do mau-cheiro de alguns passageiros. Quando o pessoal vem do trabalho, lá pelas 18:00, até dá para entender, mas de manhã cedo o pessoal já entra com o odor característico. E não pense que são só os homens, não! São as mulheres, também!
Mas, estou contando isso não para humilhar nenhum povo, mas sim, porque eu também fui vítima do efeito “desodorante prestes a vencer”. Ou seja: Nosso corpo exala exatamente o que nós ingerimos. Não tem jeito. E nossa homenagem a agradecimento sincero a Giovanni Maria Farina (Johann Maria Farina), que registrou oficialmente o primeiro perfume, apesar de este já existir há muitos séculos.

Um abraço a todos!!!!
by Tabibito
Quando morei na Bahia percebi essa mudança mas jamais associei à alimentação. Mas eu fazia a festa nas feiras com todos aqueles temperos vendidos em montículos e comia de tudo. No Sul a pimenta, coentro, cominho não são tão populares. Adorei o post!
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Obrigada pela visita, Joseli!Antes eu nem queria experimentar comida baiana, mas depois de morar na Índia, em minha última visita ao Brasil, no ano passado, eu caí matando nos acarajés! Minha mãe ficou até impressionada! Um abraço e tudo de bom!
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Estão sou um cosmopolita: como de tudo. Adorei o post
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