O nome da pioneira é Bindiya Rana, uma candidata transex que concorre às eleições no Paquistão. Pela 1ª vez na história do Paquistão, Bindiya e mais outras 5 candidatas estão concorrendo às eleições no país.
Este fato, claro, é um avanço sem igual, tratando-se de um país conservador como o Paquistão e, onde, até bem pouco tempo, os transex eram violentados e ficavam à margem da sociedade.
A mais popular candidate, Rana, sempre foi ativa na sua comunidade e trabalha em uma organização que ajuda a promover os direitos dos transexuais e crianças de rua. Porém, ela decidiu concorrer às eleições após a Suprema Corte, em 2011, ter permitido os membros do 3o sexo, como são chamados, a obter carteiras de indentidade, reconhecendo-os como uma identidade à parte e permitindo que votassem em eleições no país. Ela está concorrendo a um assento na Assembléia Provincial nas eleições que ocorrem hoje, dia 11.
“As pessoas me perguntam se eu vou vencer ou perder nestas eleições. Mas, para mim, eu já venci no dia em que eles aceitaram a minha candidatura.” – diz Rana.
A Suprema Corte não disse explicitamente que as pessoas do 3o sexo poderiam concorrer aos cargos eleitorais, mas ao lhes dar carteiras de identidade e o direito de votar, isto ficou implícito.
Almas Boby, presidente da Pakistan Shemale Foundatiom, que atua na área legal para pessoas do 3º sexo, diz que conhece pelo menos 5 candidatas transexuais participando destas eleições.
Duas, incluindo Rana, concorrem na cidade de Karachi e, as outras, em Jehlum, Gujrat, Sargodha e Punjab.
“Se nossos representantes chegarem até as assmbléias, com certeza nós receberemos um tratamento melhor,” – disse ela.
Numa sociedade como a paquistanesa, homens e mulheres têm seus papéis muito bem definidos e, as pessoas do 3º sexo geralmente sofrem abusos e violência, principalmemte de seus familiares. Alguns são expulsos de casa ainda bem jovens e terminam se prostituindo para conseguir viver. Um dos papéis nos quais as pessoas os toleram, são como dançarinos de festas de casamento e outras celebrações nas quais homens e mulheres não dividem o mesmo espaço.
Alguns dos transexuais podem ser vistos mendigando nas ruas, vestindo roupas femininas e maquilagem. Muitos ganham dinheiro abençoando bebês recém-nascidos, reflexo de uma crença muito difundida no Paquistão: a de que Deus ouviria as orações de alguém que nasceu disprivilegiado. A própria Rana enfrentou preconceito de sua família quando, aos 12 anos, começou a perceber que era diferente dos outros meninos à sua volta.Aos 14, ela fugiu de casa e começou a trabalhar como dançarina em festas de casamento.
Se eu ganhar, eu vou me serei uma voz ativa para as pessoas do 3º sexo, que sempre são humilhadas., diz Lubna Lal, outra candidata que está concorrendo a uma vaga na Assembléia Provincial de Punjab.
“Eu não estou preocupada com a derrota. Eu estou concorrendo para provar que agora nós também somos parte da sociedade e temos direitos iguais”. – diz ela.
Mas, no geral, os assuntos que mais preocupam os candidatos transex são os mesmo que preocupam os demais candidatos, como desemprego, erradicar a pobreza, acabar com os blackouts de luz, entre outras coisas.
Se alguma delas vai ser eleita ou não, já é outra estória, mas que elas todas já são vencedoras, isto é incontestável.
Matéria retirada do New York Daily News, traduzida e adaptada por Tabibitosoul.
Para ler outras matérias sobre os candidatos transex do Paquistão, clique nos links abaixo:
http://www.huffingtonpost.com/2013/04/18/pakistan-transgender-political-candidates-_n_3106370.html
Um abraço e até a próxima!
by Tabibito